Dias sem ponta que
me enlaço nos vendavais
do teu rosto
a me procurar como um
cão farejador desse teu
perfume
a me procurar como um
arrependido condenado dessa tua
saudade
a me procurar como um
embuste viciado desse teu
nome.
Dias sem ponta que
me acorrento nos nós
dos teus cabelos
a me massacrar como a
guerra beija as mães
a me massacrar como a
morte consola os pais
e
a me massacrar como a
tua
voz ressoa em meus ouvidos.
Dessa risada gutural no
brilho
cedo e matinal
quando você diz "eu
tenho que ir
embora" e eu te
seguro
e digo "não
vai" e é
domingo agora
esse
dia sem ponta enlaçado
na memória quando com
essa risada gutural
você
responde que "tá
bom, eu
fico, meu amor".
"Meu amor" você
disse e
ficou mesmo.
(Felipe Santiago)
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