29 de dezembro de 2011

Os 10 melhores textos de 2011


Feliz ano novo! Bem, eu tinha preparado esse post e outro texto para o blog, mas resolvi postar só esse aqui. Motivos? O outro texto ficou muito bom, mas nele eu dizia verdades que algumas pessoas não precisam ou não estão preparadas para ouvir, uma delas sou eu. Por isso, vou ficar nesse post mesmo e desejar desde já um feliz ano novo para todos que freqüentam ou freqüentaram este mísero blog em 2011.
 Seleção feita por mim e somente por mim, sob a ajuda de nenhum ajudante ou auxiliar rs. Desfrutem meus 10 melhores textos de freak 2O11. Sei que não sou importante nem famoso para fazer uma coletânea dessas. Também sei que não chega a 10 o número de leitores assíduos desse blog, mas enfim, err... Não vamos tocar nesse assunto.

10º lugar: “Neste momento somos peças”.
Nota: me surpreende o fato de eu já ter sido esperançoso esse ano. É como ler o texto de outra pessoa ou ver através de uma janela um outro lado de mim. É tenso e hilário.

9º lugar: “Paro neste segundo...”.
Nota: Eu tava... Hm, digamos, emocionalmente meloso e percebi isso. Nesse texto notei o quanto tinha decaído e me transformado num ser menos crítico. Viva El amor!

8º lugar: “Um segundo”.
Nota: Alguns dias após o início da minha decadência. Ela perdura até hoje, pasmem vocês.

7º lugar: “Devaneio”.
Nota: Foi o mais aclamado pelo “público” e reblogado até no tumblr. Por isso é um dos quais não esqueço.

6º lugar: “Hoje só por hoje”.
Nota: a condição desse texto se prolongou não apenas por um dia, mas para semanas, meses e tá durando até o exato momento. Ah, e foi poeticamente lindo rs.

5º lugar: “Senhor, a proteja agora”.
Nota: Escrevi no desespero de imaginar a perda de alguém. Essa pessoa me aproximou de Deus. Nada mais a declarar J

4º Lugar: “Românticos são patéticos?”.
Nota: Égua do texto firme *-*

3º lugar: “O ‘Fim’ que se tornou meu começo, o álbum que mudou minha vida”.
Nota: 3º lugar com gosto de primeiro. É eterno... Não tem como descrever.

2º lugar: “Estudos, vestibular e um pouco de sonhos”.
Nota: Merece essa colocação porque o sentimento desse texto foi um que me acompanhou durante todo esse ano. Ao lado de amigos, colegas, professores, coordenadores e familiares. Eu poderia escrever mais sobre, mas agora falando apenas da vitória. Texto realmente especial.

1º lugar: “O que você é?”.
Nota: Bem... Eu chorei escrevendo esse texto. Não foram lágrimas de tristeza, mas de felicidade. Felicidade por sentir o mais incrível sentimento que um homem – nesse caso, um moleque – poderia sentir. É a mais forte e boa memória que vou ter desse ano, embora tenha durado muito pouco. Enfim, é isso. É, é isso.

20 de dezembro de 2011

Até o fim


A situação é esta: eu estou morrendo aos poucos. Literalmente falando, em termos de saúde.
Não que seja algo irreversível, muito pelo contrário. Mas eu venho cavando minha cova desde os 7 anos de idade – e digamos que nos últimos 5 eu acelerei o ritmo. Tenho total culpa nisso, porque eu nunca tive força de vontade para me cuidar. Já tive várias crises ao longo da vida, e nelas, eu quase morri. Lembro dos 12 anos, quando apaguei por uns dois dias. Ou então quando fiquei 4 meses deitado numa cama sem poder andar, sofrendo de dores com uma doença chamada Neuropatia diabética... Pois é, gente. Sou diabético, como doces adoidado por aí. Sabem por que? Porque simplesmente cansei dessa vida de limitações a qual me foi atribuída. Deixando de lado isso, essa é a história.
Também é a justificativa por eu ser esse baixinho magricela que escutou piadinhas e brincadeiras escrotas ao longo de 3 anos no colégio. Essa doença é a razão por eu não ter evoluído fisiologicamente. Essa é a razão para a minha vergonha, essa – ENFIM EU TÔ REVELANDO – é a minha fatídica maldição e carma ruim. E... bem, meu antigo médico – que abandonei, porque, cá entre nós, odeio ir em médicos – já tinha me revelado que “talvez você não chegue nos 20, 25 anos se continuar neste ritmo”, e ele me revelou isso aos 13 anos. Ou seja, minha derradeira estrada está se aproximando. Meus pais também já estão cientes. “A próxima crise que o Felipe tiver, vai ser pra morrer” revelou o papai haha.
E eu to me entregando porque é tarde demais para mudar as conseqüências. Tarde demais pra deixar de ser um baixinho magricela fracassado e frustrado; tarde demais para ser bonito por fora – e ultimamente to cagando para esses papos de “beleza interior e bláblá”. Tarde demais pra muita coisa. E digo que grande parte desse meu ponto de vista foi moldado no último ano do ensino médio, onde as pessoas e falsos amigos adoraram tirar com a minha cara sem ao menos conhecer minha vida. Parabéns, galera! Agradeço por esse eterno e sequelado presente.
Por isso, eu vou continuar a minha maldita vida desregrada e inconseqüente. Não importa quando meus rins vão parar ou quando eu vou ficar cego; to dando a mínima se um dia eu vou me ferir e consequentemente ter de amputar um pé, perna, mão ou braço. Na realidade, e infelizmente, tudo o que eu conto é o tempo de ir embora, porque nada de muito bom aconteceu durante minha vida e, quando aconteceu, foi rápido demais pra eu saber que era realidade.
Então é isso: eu não vou cortar os pulsos, enrolar uma corda no pescoço, tomar pílulas ou puxar o gatilho contra a cabeça. Eu não vou me matar diretamente, embora vontade não falte – só resta a coragem mesmo. Eu vou me matar aos pouquinhos e esperar a próxima crise diabética para só então... CATACUMBA! Contemplar o outro lado da vida, se isso realmente for verdade.

6 de dezembro de 2011

Abra a "felicidade".


Cansei. Esse papo de que sou o “neto exemplar” e “adolescente que nunca deu trabalho” não vem me convencendo. Essa história de que não devo ligar sobre como pareço, já que sou “um menino inteligente, estudioso e com um bom futuro”. As pessoas andam dizendo por aí que dou orgulho, só porque passei em um vestibular. Se vangloriam e me glorificam porque eu sou um pouco “nerd” e sei muitas coisas. Estão dizendo por aí que sou sensível e tenho personalidade, que não sou apenas mais um garoto comum como todos os outros; falam que o modo como eu penso, as coisas que faço e escrevo, tornam-me alguém especial e de valor grandioso. Estão me dizendo, em suma, que não importam os outros fatores, pois ter personalidade e “cabeça” é tudo o que realmente importa.
Mas aqui vai minha opinião: de uns tempos pra cá, estou enxergando toda essa merda como mais uma simples balela. As coisas que realmente eu quero – na verdade, queria, pois a essa altura já é impossível alcançá-las – não estou vindo até mim, tampouco consegui conquistá-las depois de certo esforço. Percebo que, por aí, os mais espertos e bem sucedidos são justamente aqueles que “não tem uma personalidade forte ou cabeça”. Em outras palavras e simplificando tudo: as pessoas fúteis levam toda a vantagem. Mas, espera! Talvez eles não sejam fúteis. Talvez nós sejamos. Nós, que nos julgamos inteligentes e superiores intelectualmente; nós, que enchemos o peito de ar para dizer: EU SEI LER, SEI ESCREVER, SOU QUASE UM POETA E CONHEÇO MAIS DO QUE VOCÊ; nós, que tanto subjugamos as demais pessoas sem ao menos conhecê-las... Sim, nós realmente somos os verdadeiros fúteis.
Porque aquele cara lá da esquina, com 23 anos, cursando – ainda – o segundo ano do ensino médio, amante de tecno-brega, comelão safado e cafajeste, desconhecedor dos grandes poetas e escritores... Talvez este cara só tenha sucesso em vários ramos de sua vida porque detém um coração bom. Porque homem nenhum é maior que o outro, seja ele um poço de burrice ou uma fortuna de inteligência e “personalidade”.  É graças a este pensamento que hoje estou cada vez mais passivo à idéia da minha própria inferioridade. Não importa quanto orgulho eu traga; não importa em quantas universidades e vestibulares eu passe; não importa se eu nunca fumei ou bebi; não importa se eu sempre obedeci meus pais – apesar das ameaças de rebeldia; não importa a idéia de que eu seja um garoto “bondoso e inteligente, bem melhor que muito marmanjo galã por aí”... Nada disso importa. Simplesmente porque eu não sou feliz do jeito que vivo. Não sou feliz da forma que sou ou quando encaro o espelho todos os dias pela manhã. Não sou feliz por não ter as coisas mais simples – simplórias ao extremo – que cada garoto da minha idade ou homem deveria ter.
Enfim. Nenhum ovo quebrado na minha cabeça ou marchinha de vestibular me farão um cara satisfeito; nenhuma universidade pública ou curso ambiental conceituado e promissor. Há tempos – e eu garanto a vocês -, há tempos eu venho pensando que apenas uma coisa me libertaria dessa corrente ilusória da minha própria vida. Apenas uma coisa. E, infelizmente, nem para dar esse fim eu tenho coragem.   

1 de dezembro de 2011

Agradecimentos



Era Sábado, 19 de Novembro. A maioria das pessoas de casa estava viajando, e eu aproveitei a oportunidade de paz e calmaria para ir à sala. Eu sentei no sofá e comecei a conversar com Ele. A prova seria no dia seguinte, e com ela, a pressão de um resultado rápido e minha primeira prova de vestibular num curto prazo – já que o resultado sairia dali a uma semana, ao contrário das outras provas de vestibular seletivo que venho fazendo há dois anos.
Antes que pensem que eu pedi apenas por pedir, saibam que antes de mais nada, eu ponderei todos os meus erros e pecados. Minhas ofensas, desrespeitos e deslizes familiares e religiosos. Coloquei na balança minhas más atitudes e só então pedi. Mas, eu não pedi para passar no vestibular; não pedi a vitória e o fervor da comemoração. O que eu pedi – e não vou revelar, por uma simples questão de privacidade – foi algo que remete diretamente ao ponto mais fraco da minha personalidade. Também fiz questão de ressaltar o quanto colocaria meu desempenho a serviço da vontade de Deus, e que, seja lá qual fosse o resultado, caberia somente a Ele. Afinal, eu sabia e sempre soube, lá no fundo, que Ele sabe o melhor a ser feito. Pedi que meus colegas, amigos e concorrentes fizessem uma boa prova; pedi que ele proporcionasse tranqüilidade e discernimento a todos eles, e que se alguém tivesse que passar no meu lugar e se saísse bem melhor que eu, então que assim fosse feito.
Devo confessar que minha prova não foi das melhores. Meu desempenho não foi bom. Isso me desanimou bastante e me deixou com a certeza de que não passaria no vestibular. Os dias que se seguiram foram os piores – eu sequer sei descrevê-los. Então o grande dia chegou: 25 de Novembro de 2011, Sexta-Feira. Eu ouvi meu nome no listão e mal acreditei. Comemorei com os amigos e comecei a tremer de nervoso. Recebi a ligação eufórica de alegria dos parentes e as mensagens de vitória do melhor amigo – parecia mais um sonho.
O post é sobre os agradecimentos e não sobre como tudo ocorreu no dia. Portanto, aqui vai:
Primeiramente, volto a frisar meu forte agradecimento a Deus, que ouviu minhas sinceras preces e me concedeu aquilo que eu tanto desejei. Não foi a festa ou a vitória o grande pedido, mas a convicção de que eu podia – e consegui – fazer aquilo que tanto clamei no dia anterior à festa. Coincidência ou não; destino ou acaso, as coisas de fato aconteceram e foi a Ele quem destinei meus mais fortes e gratos agradecimentos. Há alguns meses Deus não era nada para mim, mas de repente eu decidi acreditar – graças a uma pessoa que eu amo com todas as minhas forças, aquela que amoleceu meu coração cético e ateu pouco a pouco – e pôr fé num Deus bondoso. Graças a esse acontecimento, minha vida passou a tranqüilizar, meus ânimos acalmaram e enfim pude me sentir mais leve e crédulo numa força superior capaz de me oferecer apoio nas horas de escuridão.
Não precisei mudar de religião ou de igreja. Precisei apenas acreditar em Deus. Só. Por isso meus agradecimentos vão, primeiramente, a Ele.
Em segundo lugar, devo agradecer à presença dos parentes, amigos e conhecidos que estiveram comigo desde o início. Aqueles que depositaram fé na minha capacidade; os que sempre me chamaram de nerd – um no estilo vagabundo, devo acrescentar; aqueles que me pedem cola e aqueles que rezaram por mim. No momento que ouvi meu nome no listão, no momento que todos vocês souberam e vieram comemorar tal vitória; telefonaram e lembraram de mim... Foi isso que me deixou feliz. A presença de vocês – física ou não. A total construção da minha felicidade nesse dia, foi exatamente tudo isto. Estiveram comigo, do início ao fim – até mesmo aquelas pessoas que eu jamais imaginava que recordariam ou dariam ênfase à minha vitória.
Por último e não tão menos importante, está toda a família Sophos. Os professores que passaram a mim e aos meus colegas toda a base, os conhecimentos e experiências que utilizamos na hora das provas. A coordenação, nos repassando valores e a auto-estima, dando-nos a convicção do quanto somos capazes; do porteiro ao diretor; o pessoal da cantina às faxineiras. Não há como olhar para a minha vitória no vestibular e não lembrar de todos vocês. Muito obrigado.
Finalizando esse agradecimento, devo ressaltar que esta foi apenas a primeira batalha – ou, como eu vejo, um pequeno e rápido teste objetivando meus maiores e supremos objetivos: as universidades públicas (UEPA, UFPA e UFRA). Peço novamente a Deus que ilumine neste caminho, e realize o mesmo pedido – voltando a frisar: não revelarei qual foi - que eu fiz na véspera do vestibular da UNAMA. Por isso, espero que Ele dê força e capacidade a todos meus colegas, amigos e concorrentes, porque ambos têm sonhos e objetivos tão importantes quanto os meus.