2 de novembro de 2011

Olá, pessoal.



­ ­ ­ ­ Beleza, vamos começar por aqui: eu não tenho nenhum atrativo, nem nunca tive. Eu nunca fui cobiçado, não mesmo. Posso contar nos dedos as pessoas que disseram ter interesse em mim, e posso contar, no mesmo número de dedos, quantas pessoas eu dispensei simplesmente porque acreditava na balela de "espero a garota certa". Panacão, não é? Bem, eu ainda era criança, era sonhador, espirituoso, apaixonado e idiota. Fora isso, nada mais me ocorreu. Eu nunca fui notado no colégio, na minha rua ou nos cursos extracurriculares. As garotos por quem fui apaixonado sempre me viram como um amigo fofinho, meigo, fofo e companheiro. Apenas um amigo. E eu também sempre fui esse tipo de gente: daquelas que você se apoia para superar as dores e decepções conjugais; daquelas que você pode se abrir e contar os segredos, e como aquele garoto bonitão te magoou. No mais... sem mais atrativos.
­ ­ ­ ­ É, eu não tenho nada de atrativo. Meu físico não é dos melhores. Não tenho uma banda popular, nem milhares de fãs nem hordas de garotas na agenda celular. Eu não sou foda - como algumas pessoas andam falando por aí. Eu sou uma farsa, uma negação finginfo ser aquilo que queria ser. Não faço nada de excepcional; nunca fumei, nunca bebi, nunca levei um porre - e se disse que levei, era mentira. Nunca fui às grandes festas - também posso contar no dedo as festas que fui. Nunca peguei uma, duas ou mais garotas nelas. Aliás, eu sempre quis ir embora dessas festas, porque eu sabia que não poderia fazer nada demais, sabia que não seria notado nesses lugares.
­ ­ ­ ­ Alguns chamarão essa coisa toda de "complexo de inferiodade". Tanto faz, podem chamar. Porque eu tenho a certeza de que não é um complexo. Não é um capricho, tampouco frescura. É a pura verdade. Em suma, sei que não farei diferença nesse mundo e que meus sonhos não se realizarão - porque, aparentemente, eles são difíceis de se concretizar.
­ ­ ­ ­ No final, eu já não me importo. Já falei, compartilhei e todas as pessoas que estão ao meu lado já percebem: nem sair de casa tenho coragem. Olhar no espelho, ah, é o exercício mais cruel e vergonhoso de todos - e não estou dramatizando ou deixando o texto mais poético. É literalmente verdade.